A maldita pandemia

 Olá, boa tarde


O mundo mudou, hoje estamos em confinamento, em muitos concelhos aqui em Portugal, e lá fora arrefeceu. Estamos afinal, em finais de Novembro e o frio está a chegar.

Estive a ver as estatísticas de quem mais visita o blogue, e surpresa, não são os leitores do Brasil, são os leitores dos Estados Unidos. Para ser mais exacta, 368 leitores assíduos, que vêm consultar o blogue, possívelmente na esperança de verem algo novo. Lamento ter-vos decepcionado.

Não tem sido fácil, não apenas pela avalanche de coisas que acontecem no mundo, com inúmeras pessoas a viverem o flagelo da pandemia, com familiares a desaparecerem, e com medo de serem contagiados, mas também as nossas ligações, com amigos e conhecidos.

Eu já não tenho mais para perder. Perdi todos os meus ascendentes directos, só me resta uma tia, que por acaso é cerca de  onze meses mais nova que eu, ou seja, apesar de ter nome de ascendente, na realidade, é como uma irmã.

Talvez por isso, eu me tenha refugiado mais em casa, sem vontade de aqui vir, de comunicar, de sair. Mas não deixei os meus trabalhos, lá fui fazendo alguns, poucos, tudo para os meus animais.

Moro a cerca de vinte minutos a pé, de uma série de praias. A famosa costa do Sol , ou costa Atlântica de Lisboa - Cascais. 

Talvez não acreditem, mas não pisei uma, este ano. Não entrei no mar, não mergulhei, não nadei, não me diverti, não fui almoçar à praia, como é tradição nossa. Costumamos ir a primeira vez, em Março/Abril, comer as primeiras sardinhas  para inaugurar a época balnear. Era assim que costumavamos fazer. Mas o Covid-19, mudou-nos as rotinas e a vida toda.

Isto porque já não sou criança e pertenço à faixa etária onde em que mais se morre de Covid. A partir dessa meta mental, que quer queiramos quer não, nos sentimos afectados, vem o medo de ser contagiado, o medo de tocar em alguém, que pode por sua vez ter estado em contacto com um infectado...e assim por diante. Eu preservo-me, mas não por medo. Não por haver a possibilidade de ficar infectada, mas por morrer. Não que tenha medo de morrer, estive tantas vezes junto a familiares que estavam a deixar a vida, que perdi esse medo, mas tenho muita pena de deixar de viver.

Amo demais a vida e passei, nos últimos anos, pelas mortes de tantos que faziam parte dela, que o medo de  morrer mudou, mas o amor à vida cresceu ainda mais e esta pandemia acabou por mudar as minhas rotinas. 

Eu vivo, apesar do Covid.  Trato dos meus animais, gatos e duas cadelas, trato das minhas plantas, cozinho, invento receitas, estou em contacto com númeras pessoas, via as redes sociais, leio bastante, ouço música, mas para vos ser sincera, desde meados de Março, que as rotinas mudaram drásticamente. Sinto falta das saídas mais incríveis, por exemplo ir aos armazéns Ikea, ver as novidades, almoçar e sempre trazer algo para a casa. Ir caminhar, almoçar com amigos, programar as férias...este ano não fomos de férias. 

Eu sei que não fomos apenas nós que não fomos, todo o mundo tem a vida virada do avesso. Mas sentimos a falta, das nossas rotinas.

Leio vários blogues, assisto a vários vídeos de pessoas que partilham as suas rotinas, trabalhos manuais, os seus anseios e críticas, mas eu tenho uma forma de ser muito forte, não vou atrás de pessoas só porque outros o fazem. Leio, posso comentar, e até não concordar com tudo o que vejo e leio, mas não me moldam com facilidade.

Tentarei mudar, agora que abri o meu coração, e vir mais assiduamente. Quanto mais não seja para vos trazer algumas novidades. 

Desejo a todos os que por aqui passam e vossas famílias, muita saúde e esperança, que tudo possa mesmo ficar tudo bem. Nunca devemos perder a esperança.




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