Crochet em forma de polvo, para bebés prematuros
O projecto Octo, que nasceu na Dinamarca em 2013, em que se colocam pequenos polvos em crochet, junto a bebés prematuros, é um assunto de que já queria ter falado.
Especialmente agora, em que estou a horas de ser, mais uma vez, avó, esse assunto tornou-se pertinente.
Nem todos os bebés nascem bem ou com o peso necessário. Muitos, infelizmente, precisam ir para as incubadoras e alguns, os prematuros, por longos períodos de tempo.
Citando uma notícia que li sobre a chegada dos polvos de crochet a Portugal, in Jornal observador.pt/2017/08/13 :
"O polvo é para o bebé um elemento de conforto. Os bebés têm muita tendência, quando começam a ter alguma energia, em agarrar os tubos, e temos já fotografias que mostram que os bebés agarram os tentáculos. Sentem-se aconchegados, seguros. Temos fotografias que são uma delícia. Olhando para uma fraldinha, ou para outro elemento, percebemos que os bebés se aconchegam mais no polvo. Mas tudo isto é empírico”, assegurou a responsável da unidade. A enfermeira-chefe da unidade de neonatologia da Maternidade Alfredo da Costa, Esmeralda Pereira, explica ao Observador que “a avaliação é francamente positiva”. “Acabou por ser interessante, porque nós, na unidade, e de forma transversal, tentamos ter uma perspectiva de humanização e este projecto enquadrou-se nisto mesmo: dentro daquilo que é o projecto da parentalidade e da vinculação.”
e ainda :
“Apesar de não haver relatos científicos, temos relatos de médicos e enfermeiros da Dinamarca que dizem que acalmam os bebés. Embora o projecto seja prematuro, os pais dizem-nos que o efeito é benéfico”, afirmou a professora de matemática, que se dedica ao projecto em part-time e que, juntamente com as outras duas fundadoras, está a ponderar avançar com a criação de uma associação até para poder receber apoios para continuar e alargar o projeto.
Projeto nasceu em 2013 na Dinamarca e há relatos de melhorias na saúde do bebé
A ideia de fazer polvos em crochet nasceu, em 2013, na Dinamarca, a pedido de um pai que tinha uma filha prematura internada na neonatologia. O The Octo Project já distribui bonecos em todos os 16 serviços de neonatologia da Dinamarca e também no departamento de neonatologia da Gronelândia, e ajudou a chegar esta ideia a mais de 15 outros países em todo o mundo, entre os quais Portugal, Itália, França, Turquia, Croácia, Alemanha, Bélgica, Austrália e alguns estados norte-americanos.
Segundo os promotores do projeto na Dinamarca, a experiência tem mostrado que os bebés passam a respirar melhor, regulam os batimentos cardíacos e aumentam os níveis de oxigénio no sangue.
E, em Outubro de 2016, o Poole Hospital, no Reino Unido, dedicou mesmo um comunicado a estes “companheiros” dos prematuros, referindo que “estes polvos estão associados a melhorias de saúde e aumento do bem estar”.
“Pensa-se que os tentáculos fazem o bebé lembrar-se do cordão umbilical e de como é estar no ventre da mãe, fazendo-o sentir mais seguro”, explicou Daniel Lockyer, enfermeiro-chefe do serviço de neonatalogia daquela unidade hospitalar. “Quando ouvimos sobre os benefícios que um polvo fofinho podia trazer para os nossos pequenos bebés ficámos impressionados e, depois de pesquisarmos, ficámos ansiosos por dá-los aos nossos pequenos pacientes.”
É incrível como algo tão simples pode confortar um bebé e ajudá-lo a sentir-se bem. Estamos muito agradecidos por todos os donativos de polvos em crochet e estamos certos de que as famílias também.”
Por cá, ainda é cedo para perceber se há ou não melhorias no estado de saúde dos bebés, afirma a enfermeira-chefe da neonatologia da MAC. E evidência científica é algo que Esmeralda Pereira duvida que possa ser encontrada, mesmo com o passar do tempo. Ainda assim, não afasta à partida efeitos benéficos na saúde dos prematuros.
Queremos acreditar que, se o bebé estiver mais tranquilo e seguro, é claro que do ponto de vista hemodinâmico as coisas vão melhorar”, defendeu a enfermeira ao Observador.
A equipa da Maternidade Alfredo da Costa quer, de resto, tentar perceber qual a importância deste polvo ao nível da “vinculação e da humanização”. Para isso vão ter de desenhar um projecto de investigação e apresentá-lo para depois poderem avançar, o que poderá acontecer ainda este ano, sendo que já começaram a fazer alguns registos e a delimitar idades (abaixo das 32 semanas).
“Tem sido muito interessante. Pequeninas coisas marcam a diferença. Alguma coisa vai sair daqui”, rematou a responsável.
O projecto original começou na Dinamarca em 2013, se vos interessar, vão ler aqui :
Ideias para os ditos octos ou polvos para prematuros. Quem sabe dará jeito a alguém para fazer disso negócio. Todas as imagens abaixo, via Google imagens.
Segundo o projecto, os bonecos depois de lavados, devem ser esfregados no peito e ventre materno, para levar o cheiro das mães e até células das mães. Muito interessante, concordam??
Um bom final de tarde a todos e um resto de bom feriado para nós portugueses, comemoramos o fim da subjugação portuguesa à coroa de Espanha, que durou sessenta anos e que acabou, por um golpe levado a cabo por fidalgos, que também por interesses pessoais, quiseram acabar e dar a independência a Portugal. Por isso, hoje comemoramos, desde 1640, o dia da Restauração da nossa independência enquanto país.
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